Diz minha
mãe que, quando nasci, numa manhã de sexta-feira, chovia aos
borbotões em Guarapuava.
Tenho uma
estranha cisma com tempo cinza. Um temor, um suspense de não saber
se é só uma garoazinha sem vergonha ou um pé d’água de
respeito; mas ao mesmo tempo um fascínio. Nuvens muito negras
correndo numa velocidade perceptível no céu, para então a qualquer
momento aquele ar morno subitamente ficar frio. Antes da chuva,
sempre “vira o vento”, como diriam os antigos.
Nas
andanças, seja de moto ou bicicleta, trabalhando ou folgando,
registro esses momentos, quando o céu vira uma moldura soturna. Quem
disse que tempo bonito é somente céu azul e sol brilhando?
Janeiro
de 2013 – Guarapuava, pedalando
Novembro
de 2014 – Quartel Central, Guarapuava
Janeiro
de 2015 – Parque do Lago
2 comentários:
Lara, meu amigo, visitando seu blog percebo algo relevante, que certamente pode passar desapercebido para a maioria.
Vc é um pensador. Característica difícil de encontrar ultimamente; espero que ninguém me interprete mau, quero dizer que: observar a vida que flui ao seu redor, constatar as coisas mais pequenas e, sobretudo, considerar uma reflexão dedicando alguns minutos ou horas ao assunto, para mim isso é digno de menção e cada vez mais raro.
Com a digitalização da vida o ato de observar ficou para traz. Afinal, quem é que tem tempo para olhar o céu num dia nublado quando tem tanta inutilidade chegando "aos baldes" no WhatsApp.
Talvez vc seja um pouco excêntrico, é verdade, mas absolutamente, vc é o que é.
Parabéns pelo blog.
Um elogio de alguém que admiro é certamente uma honra. Obrigado pela visita, João Paulo.
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