segunda-feira, 6 de maio de 2013

Recrudescência


Há quase dois meses minha permuta foi autorizada e eu voltei para Guarapuava, para enfim trabalhar, estudar e viver aqui novamente. O último dia em Curitiba foi tão bom quanto os outros, pois realizei um antigo sonho de descer até Morretes de trem, intento realizado numa manhã nublada e quente, daquelas que prenunciam uma tempestade. Tempestade essa que veio e fechou o tempo durante a minha viagem de volta. Como ressaltei em outro post, acho curioso como os períodos de mudança brusca que me acontecem sempre são pontuados por dias de chuva insistente. Esse tempo, que começou no último dia antes de minha vinda para Guarapuava, no início de março, perdurou por mais uma semana e meia, onde o sol simplesmente não apareceu. No meio tempo entre a chuva e a neblina, o céu teimava num cinza fosco, o plano de fundo dos meus primeiros dias de retorno para o trabalho e faculdade.

A parte ruim desta volta foi o súbito entrave de idéias. Não sei se pelo fato de eu voltar a me ocupar com antigas e novas coisas e hábitos, parece que além da falta de tempo, voltou-me uma triste falta de inspiração para escrever, tanto no blog, quanto os concursos literários que eu pesco por aí.
Acredito que dois motivos foram os protagonistas desse branco: um deles o término (por enquanto) da minha vida peregrina, onde viajar era constante, seja de moto, ônibus e carona. Apesar de cansativo e oneroso, viajar é sempre inspirador. Conhecem-se muitas pessoas, passa-se por situações atípicas. Transcrever tudo isso é apenas consequência.
Outro motivo foi minha estagnação sentimental (momento vergonha alheia): há algum tempo, acometido das costumeiras paixões platônicas, eu conseguia canalizar isso de forma saudável através da escrita. Entretanto, há um bom tempo essas marés apaziguaram e das dezenas de musas que eu tinha para pensar em histórias e poesias, já não me resta nenhuma forte o suficiente para me impelir a um bom texto novamente. A busca continua, mas já não me anima da mesma maneira...
E desde então, venho tentando caçar aos poucos pedaços de uma inspiração perdida, e disciplina para sentar e escrever novamente, de maneira mais fluida. Assim, peço desculpas ao eventual leitor deste blog por meu desleixo. Tentarei em breve retomar a constância nas postagens e o meu velho sonho de escrever um ou mais livros, sonho que eu só não executei até agora por simples preguiça. Um pecado considerado leve, mas que nos priva de realizar muitas metas boas, grandiosas e possíveis.