Esse afastamento não deixou de
ser sofrido. Tão acostumado à convivência de Irmandade, essa desconstrução me
tornou inevitavelmente mais solitário, e de certa forma, perdido. Tive o
privilégio de conviver com vários DeMolays das cidades que gentilmente me
acolheram, mas tive de amargar a sensação de que a “era” que vivi no Capítulo
Eugênio Mancuello chegara ao fim. Agora eram outros DeMolays, uma nova geração
que iria escrever sua própria história no Capítulo, e que eu, juntamente com
todos os jovens que passaram por lá, nos tornamos apenas histórias, vultos,
lembranças de atas...
Entretanto, no meio dessa pequena
desolação, me permiti ser feliz de novo. Vez ou outra, encontro com os antigos
companheiros de Templo. Destaco especialmente dois reencontros. O primeiro
deles foi com meu xará Fábio Suenaga, vulgo “Japetos”. Cientista da Computação
que hoje vive em São Paulo, numa carreira promissora. Nesses felizes “acasos”
do destino, resolveu visitar Guarapuava nos mesmos dias que eu estava de
férias. Marcamos um reencontro entre a maioria
dos DeMolays Seniores de nossa época, e nos embalamos num Happy Hour, entre lembranças e sonhos futuros. Um encontro
breve, mas que valeu cada minuto.
O segundo reencontro foi com meus
Irmãos Lucas Zago e João Neto, ambos estudando em Curitiba. O primeiro no
caminho para concluir o curso de direito, e o segundo, estudante pré-vestibular, futuro médico. Pela ocasião de minha transferência para São
José dos Pinhais, nossa distância diminuiu, o que permitiu combinarmos uma
saída como nos velhos tempos, embalada a muita pizza, refrigerante, pizza,
reclamações, pizza de novo, e uma comemoração em especial: a aprovação do João
Neto em Medicina. Conquista celebrada com... pizza. Mais um dia que valeu a
pena. Tanto tempo longe, mas a conversa fluía como se estivéssemos convivendo
diariamente. E de certa forma estávamos mesmo. Lá se foram um, dois, três anos,
mas uma velha chama de Irmandade insiste em se manter viva, mesmo com
distâncias aparentemente tão grandes. E hoje, neste ocaso de 2012, nossos
caminhos divergem novamente. O futuro Dr. João Dias Neto em breve vai para o
Rio de Janeiro, e meu companheiro Lucas “Bigode” Zago entra em férias e volta
para Guarapuava. Mais uma vez meu caminho se torna solitário por aqui, mas com
uma acalentadora certeza. Meus amigos estão por aí, distantes, mas sempre
próximos em coração.
Viver estes momentos me mostra
que o Paraná nem é tão grande assim. E provavelmente o Brasil também não.
Geografia não vence certas amizades. Certas Irmandades.
Isto é mais uma coisa que devo
agradecimentos a Frank Sherman Land.
Um Tio, um Irmão, o precursor de
um sonho. Que, a propósito, está quase
chegando a seu primeiro centenário!
2 comentários:
Belo texto irmão,
e a saudade vem forte...
Entendo um pouco do sentimento, irmão. A geografia separa, mas não consegue vencer as amizades! Abraço
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