Terminando a série de personagens
inspiradores em minha vida, deixei por último aquele que certamente mais me
marcou. Um ex-ferreiro, que saiu da França, seu decadente lar, para peregrinar até
Jerusalém, e descobrir um mundo totalmente novo em meio à Terceira Cruzada.
Este cidadão chamava-se...
Balian de Ibelin.
Balian realmente existiu. Mas o
modelo que sigo e admiro é o personagem fictício, representado no filme
Cruzada, de Ridely Scott. No longa, Balian é interpretado por Orlando Bloom.
Sua história começa na França, em
1186, aproximadamente. Ele, um ferreiro, sofre com o suicídio da esposa grávida
e, pouco tempo depois, recebe a visita de um homem que alega ser seu pai de
sangue, o convidando para ir com ele para a Terra Santa. Balian posteriormente
aceita a proposta, acreditando piamente que se lutasse por Deus, Ele poderia
perdoar não só seus pecados, mas como redimir sua falecida esposa (lembrando
que um suicida, de acordo com a crença da época, era mandado de imediato para o
inferno).
Na sua longa e penosa jornada
para Jerusalém, Balian aprende com o
pai, o Barão de Ibelin, os valores do respeito às crenças. Nessa época havia
uma relativa paz entre cristãos e muçulmanos (tanto no filme quanto na vida
real), por um acordo entre o rei Balduíno IV, o leproso, e um dos maiores
líderes muçulmanos que já existiu, Saladino (um sujeito incrívelm tanto no
filme quanto historicamente). Essa paz, entretanto, era ameaçada por fanáticos
cavaleiros Templários, que acreditavam cegamente que deviam exterminar os
muçulmanos, pela glória de Cristo...
Nesse cenário que Balian passa os
próximos sete anos. Torna-se bem quisto pelo Rei Balduíno, aprende e ensina
muito sobre os valores de um cavaleiro, consegue melhorar significativamente a
vida das pessoas que moram nos domínios de Ibelin e, é claro, luta muitas
batalhas.
A maior lição que tive com Balian
foi sua perseverança em trabalhar por ideais. Ele acreditava na convivência de
cristãos e muçulmanos em harmonia e com frequência dizia uma frase que se fixou
forte em mim: “Que homem é o homem que não torna o mundo melhor” (em latim: Qualis homo est ille que orbem terrarum
meliorem non facit).
A sua música tema também me foi
marcante.
O tema de Ibelin esteve por muito tempo na minha cabeça quando fui
embora de Guarapuava e morei sete meses em Maringá, até sair de lá bombeiro. Na
minha cabeça infantil, eu saí da França e passei sete anos na minha Jerusalém,
para me tornar a coisa mais próxima que conseguia imaginar de ser herói. E toda
vez que ficava exausto e desanimado durante a escola de soldados, eu ouvia essa
música e passava na frente da belíssima catedral maringaense, ritual que me dava
um novo ânimo, um motivo a mais para lutar, afinal, qualis homo est ille que orbem terrarum meliorem non facit?
Recomendo a todos os eventuais
leitores que assistam o filme Cruzada. É certamente, o melhor filme sobre esse
período, apesar das várias diferenças com a história real – devido à liberdade
artística – e apesar dos Templários serem tratados como os vilões (considerando
que eu admiro muito a história e filosofia da Ordem do Templo).
E por fim, apesar dos defeitos
que Balian tinha – que vou deixar para que vocês vejam no filme – ele me
exemplificou muitas coisas boas, muitos valores de um real cavaleiro que busca
redenção. Espero mesmo plantar esses valores em mim, e que todos nós – homens e
mulheres – possamos difundir a esperança de tornar este mundo um lugar melhor!
"Be without fear in the face of your enemies. Safeguard the helpless. Never lie, even if it leads to your death; that is your oath. (Slap). And that is so you don´t forget it. Rise a knight... RISE A KNIGHT!"
Balian de Ibelin
"Be without fear in the face of your enemies. Safeguard the helpless. Never lie, even if it leads to your death; that is your oath. (Slap). And that is so you don´t forget it. Rise a knight... RISE A KNIGHT!"
Balian de Ibelin
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