Uma das coisas mais torturantes
para o espírito humano, acredito eu, é o conflito entre o ser e o querer...
Com o advento das redes sociais
pela internet, tornou-se muito mais fácil expor para os outros uma imagem
manipulada de nós mesmos. E muito comum também a disseminação de uma filosofia
que eu não considero muito correta: a aceitação incondicional de si mesmo. São
dezenas de mensagens do tipo: me aceite do meu jeito; sou assim mesmo e ninguém
me muda.
Sinceramente, estagnar é coisa de
estátuas que vão enferrujando e sucumbindo paulatinamente ao tempo. Meu amor
próprio me diz que eu tenho que exterminar o que me impede de me tornar um
homem melhor e tornar hábito as ações nobres. Evolução. Isso pra mim deve ser
um lema. Evolução física, moral e intelectual.
Fisicamente, hoje faço muito mais
exercícios que antigamente, hábito adquirido na marra após meu ingresso no
Corpo de Bombeiros e que hoje se tornou um prazer. Mesmo com a recente compra
da minha moto, estabeleci que continuaria andando com minha amada bicicleta na
cidade e que trilharei os passos para me tornar um triatleta. Meu objetivo não
é ganhar músculos com suplementos esquisitos. É ser mais forte, mais rápido,
mais habilidoso e mais resistente do que sou hoje. Para que isso me ajude no
meu emprego e na minha vida, especialmente no futuro.
Moralmente, tenho talvez meu
desafio mais bravo. O mundo dos jovens adultos é meio estranho. Um tanto idealista,
uma parcela hedonista... Considero-me muito explosivo e inquieto. A meta é se
tornar mais calmo e constante, mais gentil e abnegado. Reclamar menos (a propósito,
eliminar a reclamações da minha vida, conforme um livro inspirador que um dia
comentarei no blog) e controlar meu vocabulário, que de vez em quando me torna
alguém muito desagradável. E em paralelo à evolução moral, tenho minha fé, o
aspecto espiritual, que eu quero lapidar me tornando mais confiante em algo
superior. E principalmente, exercitar a tolerância com o oceano de pessoas que
seguem outro credo, e principalmente, aos que não seguem fé alguma e atacam os
que buscam uma religião. Enfim, respeitar e respirar fundo quando as opiniões
acerca da vida não forem iguais as minhas.
E por fim, evolução intelectual.
Ler, estudar, opinar, questionar. Tentar entender uma parcela do que ocorre no
mundo. Não desprezar nenhum conhecimento. Quando fazia minha graduação em
Física, era muito comum entre os acadêmicos um desprezo com as áreas humanas, o
que considero até hoje um erro. Penso que o verdadeiro intelectual deve ser um
Universalista, prezar por todas as áreas do conhecimento e estudá-las com
interesse. No meu caso, quero terminar meu último ano de Física, e continuar um
entusiasta de psicologia e literatura. E, claro, escrever com mais constância,
para aprender a organizar minhas idéias no papel e limar aos poucos os erros de
língua portuguesa que cometo.
Enfim, como diria um de meus
aforismos favoritos no simples – mas confortante – Minutos de Sabedoria: “o mundo não é um parque de diversões, mas um
ambiente de trabalho”. Mudar é necessário e eu quero fazer isso. Sempre para
melhor. O caminho é complicado e há dias muito desanimadores, quando desvio os olhos do horizonte e sou cercado
pela escuridão.
Uma batalha interna, discreta, mas intensa. Uma busca pelo
fim da maldição de ser o que se é...
PS: Aos que se interessarem em conhecer e lutar contra sua própria escuridão, pesquisem: Carl Jung Arquétipo Sombra.
Um comentário:
Se não for para evoluir, não existe razão de haver existência... É duro, é realmente difícil. Eu continuo autoritário(menos do que antes, mas continuo), outrossim ouço melhor, teimo menos, brigo MUITO menos e continuo caçando defeitos para melhorar e crescer... Eis o mal maior do perfeccionismo e da auto-cobrança, remédios amargos... Abração mano
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