terça-feira, 12 de junho de 2012

Antes que o outono comece...



Sentimentos são coisas inevitáveis e muito estranhas. Por mais que meu escudo de frieza insista nesse assunto, vez ou outra, sou fisgado por uma nova poesia de corações e sombra em minha cabeça.
Existe sim uma carência latente em cada pessoa. Nunca acreditei na conversa de alguns que alegam não sentir necessidade alguma de compromisso ou carinho. Em minha opinião, esse alguém guarda um remorso por não ter achado a pessoa certa. Não uma alma gêmea, um predestinado, apenas outra pessoa, também carente, que disponha de um tanto de equilíbrio emocional, alguns gostos parecidos, boa vontade, paciência e uma aparência agradável para o companheiro.
Sonhos e projeções pueris também fazem parte desse cenário. É o que torna a coisa açucarada e encantadora. O excesso provavelmente virá a ser prejudicial (e muito embaraçoso para amigos que se tornam testemunhas forçadas), mas a dose de poesia num romance sempre é bem vinda.
E é nesses sonhos e projeções, que colecionei dentre os vários anos de tormentosa adolescência até hoje, que guardo, até mesmo com carinho, todos os meus fracassos e devaneios...
(Caso você não seja diabético e tenha coragem e estômago suficientes para ler algo sem sentido, clique em Continuando, logo abaixo. Caso contrário, já fico agradecido da visita. O que tinha para o dia 12 de junho fica nisso.)



Dentre os quais, as boas lembranças de uma promessa feita numa fria noite, a última antes do outono...
Numa terra tão longe, para alguém que um dia esteve tão perto. Mas nesses dias de outrora proximidade, eu era apenas uma sombra, e certa entidade chamada autoconfiança me era desconhecida e fugitiva. O tempo passou, o convívio passou. A vida me chamou com braços perversos para um novo mundo de fogo, sangue, glória e tristeza.
Sua vida também se foi para longe. Para mais perto de seu próprio coração. Coração esse que, misterioso, me cativou novamente, me desesperou mais uma vez e me fez perseguir novamente uma musa chamada esperança.
E quando essa musa foi capturada, junto com ela já havia capturado a autoconfiança. Sentia-me mais vivo, independente e forte. Mais feliz. Até o ponto de lhe estender a mão novamente, mesmo com o abismo de uma imensa estrada entre nós, para lhe chamar para um mundo novo e convidativo.
De compartilhar livros e histórias fantásticas.  Viver, mesmo que de mentirinha, caçadas e jornadas.
Dividir sonhos estranhos, se isolar do mundo, passar frio e respirar o verde úmido e neblinado das cidades serranas.
Viajar muito. Cavalgar num cavalo ainda meio xucro ou noutro mais obediente e de relinchar esquisito.
Viver pela ciência, que já dividimos um dia, mas também por fé, aventura diversão e desafio.
Talvez sejam promessas demais. Ou dúvidas em demasia, borbulhando de mentes que não desaceleram nem por um momento.
Mas fica uma boa lembrança, que mesmo triste, é tão acalentadora: uma promessa para alguém de olhos doces e assustados numa noite fria. 

Não a última noite de verão. E sim, a última noite antes do outono.


Caso sua paciência ainda dure mais 4 minutos...



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