Entre as várias aventuras destes últimos anos, tem sido marcante pra mim a quantidade de viagens que tenho feito no dedão (a popular carona). Na verdade, eu não estico o dedo na beira da estrada, mas uso plaquinhas indicando para onde vou. É um jeito barato e divertido de pegar estrada, apesar de um pouco arriscado. Mas vale a aventura.
Primeiro de tudo, é que eu sempre peço carona fardado. E com uma identificação de “bombeiro”na plaquinha. Isso ajuda muito, pois grande parte das pessoas que me ajudaram só parou por eu estar fardado. Além disso, existe um espírito fraterno entre os militares, haja vista que muitos irmãos de farda, inclusive da reserva (aposentados), já me ofereceram ajuda pelas várias cidades que zanzei.
Outro fator importante que me ajudou nisso é ser homem. Infelizmente, para as mulheres, pedir carona é atrair problemas. Ainda mais sozinha.
E falando em mulheres, vou destacar, dentre as dezenas de caronas que já peguei por aí, as valentes mulheres que me ofereceram auxílio na estrada. Não parece, mas quem dá a carona passa muito mais medo do que quem pega. Ainda assim, durante minhas viagens, já tive o privilégio de contar com a ajuda de mulheres corajosas, que durante a conversa no trajeto, se mostraram pessoas decididas e inteligentes. Todas elas. O melhor é que a viagem passava que eu nem percebia, pois a conversa sempre fluía.
Mas enfim, fica neste post uma pequena homenagem a todos os destinos que se cruzaram com o meu na beira da rodovia. Pessoas de diversas crenças, classes, personalidades e objetivos. Grande parte delas eu provavelmente nunca mais verei, mas fica um eterno muito obrigado pela ajuda que me ofereceram nos dias em que ansiava por visitar minha família ou voltar para meu trabalho.
E no dia em que eu for o motorista, que Deus me permita ser compreensivo e útil para o estudante ou militar que estiver beirando o acostamento, com uma plaquinha nas mãos e uma cidade no coração.
Um comentário:
Essa vida de carona não é fácil, lembro-me de quando vim de Cianorte para minha cidade, que peguei nada menos que 6 caronas: de carreta, de ônibus e por fim, vim amontoado num carro com bagagens e fios para instalação de telefone. Para rodar 150km, eu levei nada menos que 5 horas, um trajeto que de carro, pode ser feito em 2 horas tranquilo.
A melhor carona, assim dizendo, que eu tive o privilégio de pegar, foi indo pra Curitiba, há uns dias atrás, um casal retornando de um casamento da cidade de Londrina, nos prontificou em ajudar; eu e mais um bombeiro, fomos de carro, com ar condicionado e ainda deixados no centro de Curitiba, tudo isso em 4 horas de viagem. Enfim, viajar de carona tem seus riscos, ainda mais nós que somos militares, mas que vale a troca de cultura e o aprendizado, isso eu tenho certeza que sim !
Abraços Lara.
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