quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Reencontrando Mestres

Aproveitando minhas férias, decidi, motivado pela mãe de dois amigos meus, visitar o colégio onde estudei desde a quinta série até a conclusão do ensino médio, há seis anos: o saudosíssimo Padre Chagas.
Reencontrei muitos dos meus professores e realmente foi divertido relembrar histórias e poder contar o que fiz desde minha saída. Apesar de ter sido um “encosto” durante os dois dias que apareci por ali, azucrinando-os nos horários do intervalo, fiquei muito feliz de ter feito isso.







Quando se é adolescente, não se costuma dar valor pelo que se ganha. Parece que só com a idade (e com o mundo batendo na sua cara), a gente se apercebe quão importante é o início, o cultivo do conhecimento e da cidadania. E obviamente, uma fatia destas virtudes é fomentada pelo professor.
Quando concluí o ensino médio e entrei na faculdade de Física, meu objetivo era claro e certeiro: ser professor. Estudei, trabalhei, fiz estágios em colégios, lecionei também, mas justamente no último ano de faculdade minha vida guinou completamente, me levando para outra cidade, outro destino, e abraçando outra carreira, da qual igualmente me orgulho. Entretanto, isso não apagou meu desejo de ser um mestre, ensinar o que sei aos que ainda desconhecem e, óbvio, manter humildade e mente aberta para sempre aprender, seja com colegas e iguais, superiores e até mesmo com as pessoas mais simples e as crianças.
Fica então meu agradecimento aos mestres de minha adolescência. O conhecimento que tive na escola me conduziu para a faculdade e posteriormente para aprovação em um dos concursos mais concorridos do Estado. É, professores, sei que a vida docente é rigorosa e por vezes ingrata, mas é digna de toda a admiração.
E antes que eu esqueça, o Colégio Estadual Padre Chagas recentemente recebeu a visita do grande Flávio Arns, pois tornou-se destaque no desempenho no ENEM. E a cada ano sempre são muitos os aprovados nos vestibulares. Que Deus ilumine sempre essa escola e abençoe os homens e mulheres que fazem dela um lugar de real aprendizado!

Dedicatória especial aos professores que me deram aula desde quando eu tinha metade do tamanho atual:


Professora Ana Maria, minha professora de historia que, na sexta série, me indicou um livro que seria, futuramente, muito importante para mim: O Papa Negro.





Professora Roseli (a direita), que sempre nos cobrava rigor e dedicação em história e sociologia, e professora Glaci, que pacientemente me atendeu muitas dúvidas da língua inglesa quando eu jogava videogame e não sabia o que estava escrito (até hoje exercito inglês com jogos e filmes XD)



Professor Sinval, com certeza um dos mestres mais notórios por sua inteligência matemática, física e didática. Um dos maiores exemplos que tomo até hoje, como professor e pessoa.



Professora Marileusa, que acompanhou-me nas minhas redações até a premiação no Programa Agrinho, em meados de 2001, por um texto sobre meio-ambiente. Ganhei uma bicicleta, que pelos 8 anos seguintes foi minha inseparável companheira.



Professora Estela, que lecionou-me português na quinta série, e que, a cada redação que nos mandava redigir, aumentava mais e mais minha vontade de escrever (um dia eu publico um livro, aguardem...).


Infelizmente, estes são apenas alguns dos meus professores que tive o privilégio de clicar, mas futuramente pretendo visitar o colégio novamente e "pescar" os outros!

E por hoje é isso!


sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Uma camiseta e uma espada





Em meados de 2009 passei por um período de renovação marcante. Em total decadência na minha faculdade, reprovado no terceiro ano de Física, já não tinha motivação nenhuma para estudos e aos poucos me tornei uma criatura, que tanto professores e colegas tinham medo. Não conversava com ninguém e nunca dava risada. O meio acadêmico tinha me tornado paranóico, por vários motivos que não convêm citar aqui.
Foi nesse período que surgiu uma fagulha. Convidado por um colega, experimentei uma aula de uma nova arte marcial na cidade, de origem argentina, mas raízes e tradições orientais. Bugeiko, cuja tradução seria a arte do guerreiro tradicional. Diferente de outras escolas, não treinava competidores, arraigava uma filosofia profunda e exigia um comportamento reto e muitas mudanças na vida de seus praticantes. Começava aí a minha...
Pratiquei Bugeiko por mais de um ano até o fatídico adeus de minha cidade, quando fui residir em Maringá.  Consumido de saudades, restaram as lembranças de uma vida que tive durante um ano, onde ganhei uma nova filosofia, evoluí fisicamente e tive uma família – mais uma irmandade –  cujas lembranças mais fortes estão em minha espada de madeira, “o olho da escuridão”, presente de meu mestre Kyoshi; e minha surrada regata “Bugeiko Brasil”, hoje desbotada e fedorenta, mas dona de um espírito que me torna valente e sincero, forte e benevolente.





Passei muita coisa dentro daquele dojô, tantas que merecia um blog a parte para contar tudo. Mas minha principal intenção neste post é prestar uma breve homenagem aos mestres e alunos que foram meus companheiros de guerra num período tumultuado de minha vida, e que, apesar de não poder mais praticar a arte, ela me deixou uma boa e profunda cicatriz na alma.


Domo Arigato Gozaimashita, Inzando Ryu!!

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Por Deus, pela Pátria, por DeMolay # 01


Dia 30 de setembro completei 23 anos de caminhada. Entretanto, esse número não é lá muito relevante para mim. Para os membros mais devotados da Ordem DeMolay, depois de completar 21, cada aniversário passa a ser uma referência de quanto tempo você é Sênior DeMolay. Lá se foram dois anos...
O maior desafio de um Sênior nunca foi escrito. Pelo menos nunca vi nem ouvi falar em alguém que tenha registrado essa turbulenta passagem para a vida adulta. Por isso o que passei e passo têm sido tão desafiador e complicado.
Tudo que a Ordem me ensinou pode facilmente ser sufocado por um mundo tentador e hedonista. Manter viva as sete virtudes como um adulto é um desafio digno de Cavalaria.

Manter o amor filial vivo mesmo tão longe de minha casa e minha família;

Manter a reverência pelas coisas sagradas mesmo quando o mundo me oferece tantas alternativas de fé e meu coração fica confuso no meio de tantos “caminhos corretos”;

Manter a cortesia mesmo quando o militarismo me embruteceu e o trabalho me estressa a ponto de ser grosso com colegas de farda e civis;

Manter o companheirismo mesmo quando não me sinto tão a vontade em confiar em pessoas que não foram iniciadas comigo, sabendo que a vida vai muito além do templo;

Manter a fidelidade mesmo quando tudo: TV, internet, revistas, meu círculo social, mostram um estilo de vida descompromissado, infiel, sem noção, que sopra em minha mente, lutando e me contaminando;

Manter a pureza mesmo quando a maioridade se torna sinônimo de liberdade absoluta e tudo conspira para me dizer que minhas convicções não são coisas de “homem de verdade”: abstinência de álcool e outras porcarias, virgindade, cautela nos relacionamentos...

Manter o patriotismo mesmo quando sou tachado de louco por amar um país de tantos corruptos, em todas as áreas, e pior ainda, quando começo a me perguntar se não estou realmente sendo tolo em acreditar na minha bandeira.

Pode parecer assustador mencionar tudo isso, mas assim o é. Entretanto, o que minha adolescência dentro da Ordem moldou em mim são as armas para lutar contra tudo isso. É assim que eu desejo me tornar um adulto de virtudes e limar, pouco a pouco, as nuances negativas de meus comportamentos, palavras e ações...

... for “None walketh the path that divides night from Sir Knights”…


Juramento Público dos Seniores (DeMolay Alumni)
Eu, Fábio Batista Lara, juro e prometo que a partir dos meus atos, postura e comportamento, transmitirei confiança à minha comunidade, sendo um referencial de liderança aos mais jovens e um exemplo aos homens de bem.
Juro dedicar-me à participação de trabalhos voluntários e de assistência social, contribuindo para a construção de uma sociedade mais justa, humana e fraterna.
Prometo envidar todos os meus esforços no sentido de colaborar com desenvolvimento da Ordem DeMolay, e perante todos reconsagro-me aos grandes ideais desta Ordem, reafirmando todos os juramentos e promessas feitas durante as cerimônias pelas quais passei.
Assim Deus me ajude!