Das três cidades que me
acolheram, guardo como símbolo de suas boas vindas o baluarte de fé cujo simples
relance sempre me renovou num ideal tão difícil de manter...
Respectivamente as Catedrais de
Guarapuava, Campo Mourão e Maringá.
Lá se vão quase dois anos desde
que abandonei minha zona de conforto em busca de uma promessa de aventura,
redenção e emprego estável... Nesse meio tempo, me tornei um visitante da minha
própria casa, e no decorrer dos meses, a terrível saudade inicial que me fazia
sonhar com meu passado em Guarapuava aos poucos foi sumindo em favor da minha adaptação
à vida independente.
Por um lado, foi gratificante.
Dizem que é saindo da zona de conforto que a vida começa, e não poderia
traduzir isso de melhor maneira do que
indo morar durante meio ano num quartel em Maringá e ver e viver coisas que me
enervaram, mostrando o quanto meu filtro psicológico estava fraco (não que
tenha melhorado muito, mas estou constantemente tomando providências quanto a
isso).
Após Maringá, já formado soldado,
me juntei as fileiras de Campo Mourão. Mais uma vez um lugar que me afeiçoei
ficou para trás, em promessa de um novo lar. E Campo Mourão é atualmente minha
casa.
Entretanto, essas mudanças em
tempo relativamente curto surtiram um efeito desconfortável... A cada dia, vejo que menos tenho um lar, um lugar só meu. Mesmo após um ano em Campo Mourão,
ainda me sinto um estranho, sendo minha única conexão com meu antigo mundo
minha tão amada Ordem DeMolay, com meus Irmãos, Tios e Tias mourãoenses.
Maringá foi (e é) um
lugar maravilhoso, de lembranças ferozes e doces, entretanto é uma cidade
que hoje valorizo apenas a visita, não é um lugar que atualmente desejo morar.
E quanto a Guarapuava... meu coração ainda bate forte por minha terra de vento,
frio e nebulosos dias de inverno, mas cada vez que vou lá, sinto que sou apenas
uma visita, que já cortei de certo modo meu cordão umbilical, apesar da
saudade...
E todos esses sentimentos se
juntam ao fato de que constantemente viajo pelo meu Estado, em eventos,
visitas, concursos ou simples aventura... Uma mochila nas costas, uma plaquinha
e um destino. E um pequeno mundo cinza que me faz crer cada vez mais que minha
casa já não é mais uma cidade, mas um Estado inteiro...
Nota sem noção: muita gente fica
impressionada (ou consternada) quando conto que todos os pertences que tenho
para viver em Campo Mourão cabem numa mochila de 80 litros (com exceção da
bicicleta, rsrs). E que até hoje nunca mais tive cobertor, e quando faz frio,
apenas me cubro com o saco de dormir.
Viver sozinho também me tornou criteriosamente minimalista...
2 comentários:
Caro irmão, é notória a alegria de termos irmãos como você que tanto contribuem para a Pátria e o bem-estar social da Nação como seguidor do Blog do Capítulo Sete Lagoas. Ficaríamos com alegria incomensurável que fizesse uma postagem e contribuísse como bom escritor que é com alguma postagem para o blog, nos daría grande honra publica-la. Recomendamos e fazemos voto de seu blog e de sua pessoa como cidadão idôneo e pelo DeMolay que é! Parabéns! Abraços Fraternos. Em Sete Lagoas-MG, você sempre terá irmãos.
Esse negócio de morar em outro lugar é estranho. Nasci em Paranavaí, mas fui embora de lá muito cedo. Nem tive tempo de me sentir paranavaiense. Fui pra Jacarezinho e fiquei um bom tempo lá. Ainda tenho muita saudade. Não queria ir de jeito nenhum pra Campo Mourão, então com 14 anos, sabe como é... quando cheguei na "camorão" achei tudo muito estranho até que conheci uma tal de Ordem DeMolay, hehehehe. Após mais um tempo, vamos lá para Maringá. O engraçado é que eu não me sinto maringaense ainda, e nunca me senti mourãoense. Talvez minha casa seja meu Estado também!
Luis
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