Sou um consumidor compulsivo de
matéria cultural (tanto útil quanto inútil). Leio em ritmo de tartaruga, mas
diariamente; gosto de cinema (preferencialmente nas segundas e terças-feiras),
frequento as duas últimas videolocadoras que sobreviveram ao teste do tempo em
minha cidade, ouço música sempre que saio de casa e jogo ocasionalmente
videogame. Jung provavelmente diria que é um paliativo para o tédio terrível da
vida moderna. Mas até que tem funcionado bem.
Entre a montanha de material
lido, assistido, ouvido e jogado, há sempre alguma coisa que se destaca, mas de
maneira especial, diferente. Mais do que atingir com louvor o quesito diversão,
certas experiências marcam, fascinam e chocam. Felizmente, vez ou outra caio de
encontro com um filme que me dá um nó na garganta, um livro cujo final me deixa
atônito, uma música que me arrepia e até um jogo que me faz parar pra pensar. É
uma experiência muito particular: talvez o que me marque profundamente possa
não fazer diferença alguma para outra pessoa. Mas ainda assim, compartilho
quatro experiências distintas que me despertaram de tudo, menos indiferença. Junto
com elas, algumas menções honrosas de outras obras do gênero, que também
carregam um poder, em minha opinião, que vai além do óbvio.