quinta-feira, 26 de julho de 2012

Véronique

- Moto? Você ficou louco? Você vai morrer!
- Compra um carro! Como você vai levar a mulherada pra sair em dia de chuva?
- Carro te dá muito mais status. Larga mão de querer moto...
- Moto Custom? Isso é moto de velho! Mulher gosta de moto esportiva!
- Virago? Compra uma moto menor, tipo uma CG, já que você é iniciante. Ela é muito grande pra você!
- Virago? Compra logo uma Shadow, a Virago é muito fraquinha e não tem mercado!
- Blá blá blá...
E depois de ouvir muitos conselhos positivos, conversar com muitos motociclistas, e planejar os gastos, comprei minha tão sonhada motoca. Uma Yamaha Virago 250cc, 1997. Uma peça de museu linda, de ronco musical e cromados brilhantes, apesar das marcas de ferrugem já visíveis em alguns pontos disfarçados.


O sonho era distante, mas se cumpriu. Mesmo sem nenhuma experiência com motos fora da autoescola, e mesmo com o grande risco de iniciar justamente com uma custom, que além de pesada, esterça pouco, teimei na idéia, e posso dizer até agora que não me arrependi nem um pouco. Minha bicicleta guerreira, companheira de tantos anos, ganhou uma parceira. Afirmei, dessa maneira, minha paixão por duas rodas, sejam as movidas à propulsão humana ou dois cilindros em V.
É claro, que depois de comprá-la, ainda tive que ouvir muita coisa: “você vai abandonar a bicicleta agora” e “bla bla bla, mimimi...”. Se tem uma coisa que me revolta são terceiros fazendo previsões da minha vida. Deixei muito claro que a Virago seria apenas para viagens e minha bicicleta continuaria sendo meu principal meio de locomoção na cidade (e em algumas viagens também... vide Filosofia da Estrada). Se eu fosse seguir tudo o que previram de minha vida, eu teria me tornado padre no ensino médio, alcoólatra e mulherengo na faculdade e jamais teria tamanho e capacidade física pra ser bombeiro.  Contrariei tudo. Ainda bem.
Mas voltando ao que interessa, faltava apenas um nome para a moto. Nome??? WTF? Sim, estranho, mas algo que desse personalidade a ela, uma ligação que a tornasse diferente das outras motos... Nasceu então Véronique. Nome de mulher para uma moto mulher. Para quem não sabe, Virago é um termo em latim, cujo significado é mulher guerreira, e é usado como apelido pejorativo para mulheres de modos grosseiros e masculinos. Não poderia ser melhor. Véronique, minha garota envenenada e grosseira.
Por fim, desde a compra, lá se foram muitos quilômetros de asfalto. Névoa. Frio. Insetos. Mas nada que abalasse o prazer imenso de sentir o vento cortante, passando por paisagens campestres e cantarolando Lynyrd Skynyrd e Steppenwolf...




Mas como nem tudo são flores, preciso lembrar constantemente que ando em um veículo que mata pessoas o tempo todo. Que possuo um transporte, um hobby, mas também uma arma. E que toda a atenção e prudência devem ser tomadas pra que eu percorra muito asfalto na minha vida, e nunca me arrependa disso!

E lembrete final: nunca entrar embalado nas curvas....


Em breve, posto as minhas primeiras aventuras com Véronique.

2 comentários:

Anônimo disse...

como diria o billy do chrono triguer, "vamos cavalgar ao vento, baby!"
(ao algo parecido)

Alan disse...

LARAAAAA, kd sua burgman 400 cc ? não era essa que tu ia comprar ? hehehe abraço pia :)