- Moto? Você ficou louco? Você
vai morrer!
- Compra um carro! Como você vai
levar a mulherada pra sair em dia de chuva?
- Carro te dá muito mais status.
Larga mão de querer moto...
- Moto Custom? Isso é moto de
velho! Mulher gosta de moto esportiva!
- Virago? Compra uma moto menor,
tipo uma CG, já que você é iniciante. Ela é muito grande pra você!
- Virago? Compra logo uma Shadow,
a Virago é muito fraquinha e não tem mercado!
- Blá blá blá...
E depois de ouvir muitos
conselhos positivos, conversar com muitos motociclistas, e planejar os gastos,
comprei minha tão sonhada motoca. Uma Yamaha Virago 250cc, 1997. Uma peça de
museu linda, de ronco musical e cromados brilhantes, apesar das marcas de ferrugem
já visíveis em alguns pontos disfarçados.
O sonho era distante, mas se
cumpriu. Mesmo sem nenhuma experiência com motos fora da autoescola, e mesmo
com o grande risco de iniciar justamente com uma custom, que além de pesada,
esterça pouco, teimei na idéia, e posso dizer até agora que não me arrependi
nem um pouco. Minha bicicleta guerreira, companheira de tantos anos, ganhou uma
parceira. Afirmei, dessa maneira, minha paixão por duas rodas, sejam as movidas
à propulsão humana ou dois cilindros em V.
É claro, que depois de comprá-la,
ainda tive que ouvir muita coisa: “você vai abandonar a bicicleta agora” e “bla
bla bla, mimimi...”. Se tem uma coisa que me revolta são terceiros fazendo
previsões da minha vida. Deixei muito claro que a Virago seria apenas para
viagens e minha bicicleta continuaria sendo meu principal meio de locomoção na
cidade (e em algumas viagens também... vide Filosofia da Estrada). Se eu fosse
seguir tudo o que previram de minha vida, eu teria me tornado padre no ensino
médio, alcoólatra e mulherengo na faculdade e jamais teria tamanho e capacidade
física pra ser bombeiro. Contrariei
tudo. Ainda bem.
Mas voltando ao que interessa,
faltava apenas um nome para a moto. Nome??? WTF? Sim, estranho, mas algo que
desse personalidade a ela, uma ligação que a tornasse diferente das outras
motos... Nasceu então Véronique. Nome de mulher para uma moto mulher. Para quem
não sabe, Virago é um termo em latim, cujo significado é mulher guerreira, e é
usado como apelido pejorativo para mulheres de modos grosseiros e masculinos.
Não poderia ser melhor. Véronique, minha garota envenenada e grosseira.
Por fim, desde a compra, lá se
foram muitos quilômetros de asfalto. Névoa. Frio. Insetos. Mas nada que
abalasse o prazer imenso de sentir o vento cortante, passando por paisagens
campestres e cantarolando Lynyrd Skynyrd e Steppenwolf...
Mas como nem tudo são flores, preciso lembrar constantemente que
ando em um veículo que mata pessoas o tempo todo. Que possuo um transporte, um
hobby, mas também uma arma. E que toda a atenção e prudência devem ser tomadas
pra que eu percorra muito asfalto na minha vida, e nunca me arrependa disso!
E lembrete final: nunca entrar
embalado nas curvas....
Em breve, posto as minhas
primeiras aventuras com Véronique.
2 comentários:
como diria o billy do chrono triguer, "vamos cavalgar ao vento, baby!"
(ao algo parecido)
LARAAAAA, kd sua burgman 400 cc ? não era essa que tu ia comprar ? hehehe abraço pia :)
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