sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Garotas da minha vida #01 – A menina ampulheta


Nesta semana, a polaquinha completa quatro anos...
Quando ela nasceu, em janeiro de 2010, eu havia acabado de me inscrever, despretensiosamente, para o concurso da Polícia Militar do Paraná. Pouquinho tempo depois, seu pai, meu antigo vizinho e amigo de infância, me convidou para ser padrinho da menina, incumbência que aceitei com muita honra. Os “antigos” – como diz minha mãe – falam que o homem que tem uma afilhada menina é abençoado com muita sorte. E parece que deu certo.
Passei no concurso com um surpreendente primeiro lugar geral no Estado, feito que, acho eu, nunca mais repito. E progressivamente, enquanto fazia os demais testes – médicos, psicológicos, físicos e sociais – aquela recém nascida com lindos olhões claros foi se tornando meu grande afeto e, mais tarde, meu suporte para as provas que viriam.
Quando me mudei para Maringá, as visitas para Guarapuava eram bem escassas, por conta da rotina da escola de soldados. Mas a cada ida para casa, era obrigatória uma visita aos compadres e a minha primeira afilhada. E o tempo ia fazendo com que cada dia mais ela ganhasse um pouco de estatura, um dentinho a mais e uma crescente força nas pernas, dando seus primeiros passos.
Dessa maneira se procedeu até 2013, quando fui transferido para minha gelada, amarga e amada Guarapuava. Nas últimas visitas, já não vi mais o bebê de colo, cuja lembrança tanto me animou nos dias solitários de aventura pelo Paraná. É uma menina com mais da metade da minha estatura, que fala um monte, se comunica em Libras, corre para todo o lado e cuida de uma gatinha de estimação.

Hoje, sou padrinho de três crianças maravilhosas, mas dedico esse post a minha primeira afilhada, que mais do que um laço de família que me foi ofertado, representa para mim um relógio, um ponto de referência. Olhar para ela é ter noção de quanto tempo se foi desde que comecei a jornada dentro do Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do Paraná. E espero que assim continue, para que o dia em que eu me aposentar (espero chegar lá), ela esteja no auge de sua juventude adulta, quem sabe até mãe de seus próprios filhos. E daí, nesse dia, olharei para ela e pensarei: “Como o tempo passou...”

quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

O tempo na ponta da caneta

Uma das melhores decisões que tomei na vida, durante este um quarto de século, foi em 2008, quando adotei uma agenda e passei a registrar todos os compromissos e desejos do ano corrente.
No começo, não tinha tantos deveres e a agenda servia quase que unicamente como um diário. Com o passar dos anos ela foi ficando cada vez menos poética e mais pragmática (além de muito mais cheia). Além disso, a cada página inicial, escrevo metas muito claras para cada ano e me esforço por cumpri-las. Acredito que muito do que me tornei e consegui se deve hoje a estes objetivos escritos (exemplos de algumas das metas cumpridas desde lá: tirar habilitação, doar o equivalente a um dia de trabalho, comprar uma moto, conhecer a serra catarinense, fazer o curso de socorrista, participar de no mínimo dois concursos literários por ano e por aí vai).
Hoje, no ritual que realizo para abandonar uma agenda e adotar outra, revi todas as agendas desde 2008 e tive uma saborosa sensação de progresso. Engraçado ver como eu pensava diferente há cinco, seis anos atrás e como foi bom sentir que evoluí. Mais do que um caderno de lembretes e compromissos, nessas agendas estão parte da minha história, desde meu período mais sombrio até o dia que “resetei” minha vida, em 25 de junho de 2010. 
Fica um conselho pra você, que leu isso até o final. Se não tem, compre uma agenda e torne por hábito usá-la. Desde as pequenas tarefas até os grandes sonhos. E veja as engrenagens girando, além de nunca mais ser invadido pela desconfortável sensação de: “O ano passou e eu não fiz nada!”. Você verá que fez sim. E muito!