quinta-feira, 26 de julho de 2012

Véronique

- Moto? Você ficou louco? Você vai morrer!
- Compra um carro! Como você vai levar a mulherada pra sair em dia de chuva?
- Carro te dá muito mais status. Larga mão de querer moto...
- Moto Custom? Isso é moto de velho! Mulher gosta de moto esportiva!
- Virago? Compra uma moto menor, tipo uma CG, já que você é iniciante. Ela é muito grande pra você!
- Virago? Compra logo uma Shadow, a Virago é muito fraquinha e não tem mercado!
- Blá blá blá...
E depois de ouvir muitos conselhos positivos, conversar com muitos motociclistas, e planejar os gastos, comprei minha tão sonhada motoca. Uma Yamaha Virago 250cc, 1997. Uma peça de museu linda, de ronco musical e cromados brilhantes, apesar das marcas de ferrugem já visíveis em alguns pontos disfarçados.

sábado, 14 de julho de 2012

Procura-se uma ideia


Desde meu último post, há quase um mês, muita coisa me passou pela cabeça. Pensei que seria fácil escrever o próximo texto para o blog mas, misteriosamente, meus dedos travaram no teclado...
O engraçado é que foi um período onde me fervilharam ideias e sentimentos. Todos antagônicos, confusos e barulhentos. Essas ideias envolveram minhas últimas viagens de moto, uma promessa cumprida, duas abdicações, um evento esse mês que me marcará pelo resto da vida e mais metas insanas que tracei para os próximos anos.
E mesmo com tanta coisa que poderia escrever, travei... por excesso. Por dúvida sobre o que expor e o que manter na sombra...
É por isso que deixo apenas um pedido de desculpas e compreensão para o eventual leitor. Aos poucos, minha mente está se alinhando e enfim poderei voltar à ativa.
Para encerrar, caso tenha paciência, há alguns anos escrevi sobre esta falta de criatividade. É a primeira vez que coloco uma poesia minha aqui. Não vou me acostumar com isso...

SEM IDEIA

(Dee)

Palavras breves fenecem na noite e na chuva
Arte distante, sempre em fuga
Idéias desconexas procuram inspiração
Páginas em branco sem comoção
As horas fogem sem resultado
No desejo de escrever sem motivo dado

Tantos já registraram minha falta de ensejo
Embalados em sua própria e inebriante paixão
Não há nada de novo se o que desejo
Já foi dito em exaustão
Excessos de “eu te amo” já me saturaram
Que se manifestem apenas os que já amaram

Começo então, uma estrofe de guerra
De glória e tristeza no urro das feras
Novamente me atinge o marasmo
Ferida inconsciente de ataque e espasmo
Perda de sono diante do dever
Sem preocupação, se posso simplesmente viver

Passo por música
Escrevo sobre cores
Relembro a infância
Antigos amores
Estranho menestrel
Passo tudo no papel
Destruição, delírio, sonho
Perpétuo, desejo, escarcéu

Por tudo o que insisto
Insatisfeito e mal-visto
Maldição, já foi criado
Vendo tantos rabiscos marcados
.
.
.
Por fim, ignoro tudo o que fiz
Compreendo que criei poesia
Mesmo quando não quis

De volta à panaceia...
Novamente... sem ideia...